Noah Arryn - Encurralado

         
       Noah caminhava entre os corredores do castelo. Apesar do dia ensolarado e poucas nuvens, por dentro da fortaleza dos céus, uma tempestade se formava sem precedentes. O lorde usava um casaco de malha leve, de coloração azul, calças de couro preto e botas escuras de cano anto. 

— O que você quer ?- Perguntou o Lorde entrando  nos aposentos de seu tio que fodia com uma mulher de quatro sobre a cama, a mulher gemia enquanto apertava os lenços brancos de seda do colchão. Seu tio usava apenas uma camisa de linho branca. 
O homem puxava os cabelos da mulher, longos fios castanhos que se entrelaçam nos dedos do rapaz. 

— Pedi, só um momento.- O homem retirava seu pau da mulher e levantava suas calças.- Pode ir. 


  A mulher pega suas roupas do chão e saia com pressa ainda nua, Noah nem por um momento olhava para a moça, encarava seu tio como quem encara uma serpente no caminho. A porta se fechava com a moça a batendo de leve. 

— Então, como você é o lorde e apenas a sua assinatura é reconhecida pelos meistres e demais lordes, quero que você faça uma aliança com os Lannister.- O homem serviu um pouco de vinho, seu rosto goteja suor e sua respiração ainda estava ofegante. 

— Os Lannister foram contra a tradição, elegeram Maegelle Targaryan como rainha, bem que Valerion poderia colocar fogo naqueles loiros todos.

— Pois bem! Isso não é um pedido, é uma ordem, você mandará 30 de seus navios com recursos de construção e alimentícios para Lannisporto, como um bom lorde de bom coração, juntamente de uma carta.- O tio sentou-se na cama com a taça de cristal em mãos.- Na carta você dirá que lamenta a destruição de Lannisporto, a morte da filha deles e que se for preciso, você lutaria com eles contra os Nascidos de Ferro.

— Você enlouqueceu meu tio.- O lorde em passos pesados andou até o homem dando-le um tapa na taça de cristal, ela caia se retalhando em pequenos cacos de cristal. — Se você der 30 navios aos Lannister, eles inda sim não teriam uma frota suficiente para deter os Nascidos de Ferro e, além disso, nossa companhia naval tem se esforçado muito para voltar a termos uma boa defesa em águas. 

— Ainda bem que eu não sou o Lorde do Vale. Envie a carta ainda hoje e talvez eu não converse com os seus vassalos sobre as barbearias cometidas aqui, Tão Alto Quanto a Honra, estou certo?- O homem andava em direção a porta.- A mais uma coisa, não vá perder o casamento de minha sobrinha. 

   Noah rangia os dentes de raiva. Sabia que nada poderia fazer a não ser enviar os navios com recursos para Lannisporto. A raiva subia sua cabeça fazendo-o chutar a mesa de ferro que caia com jarra de vinho e outras duas taças. 


— Desgraçado!- Gritou o lorde.


   Enquanto isso, Amelia estava sentada em sua cama, estava com olheiras enormes, olhar pesado e cabelos mal penteados. A porta de seu quarto se abria, não estava escuro, luz do sol entrava pela janela gradeada. 

— Amelia.- Noah fechava a porta que rangia ao se movimentar. 

— O que foi? Vai me jogar pela Porta da Lua também? Ou dessa vez vai cortar minha mão? 

— Eu sinto muito o que fiz com você.- O lorde se sentou ao seu lado na cama. A mulher mal expressava qualquer reação. — Eu realmente sinto muito. Eu nunca amei ninguém, até conhecer você. 

— Se esse é o seu amor, preferia que me odiasse.- Amelia levantou-se em direção a saída, Noah a segurava pelo braço.

— Eu te trouxe uma coisa.- Noah segurava em sua outra mão um copo de madeira polido, no recipiente saia vapor. 

— Vai me envenenar e acabar com essa tortura? 

— É chá da Lua. Você não merece ter um filho que não quer ter.- Noah sorriu e entregou o chá para Amelia. 

— Mas, qual é a sua jogada agora?

— Beba, amanhã eu voltaria para ver como você está.- O lorde levantou-se da cama e andou em direção a porta.- Eu não sou um monstro, só fiz as escolhas erradas. 


A mulher ainda estava desacreditada. Olhou para o copo enquanto Noah saia do quarto, sozinha, ela despejava o chá no chão. 


  Noah caminhava em direção aos seus aposentos para escrever a carta que lhe foi ditada. Um homem de capuz impedia sua passagem. 

— Saia da frente.- Ordenou o Lorde, o homem de capuz preto respondia sua ordem com um soco direto no rosto de Noah, outros dois homens encapuzados seguravam o Lorde enquanto o outro seguia com vários socos em seu rosto. Depois que seu rosto se encontrava ensanguentado, largavam Noah no chão e corriam, um deles tirava o capuz, se aproximava de Noah no chão que cuspia sangue. 

— Eu te disse meu sobrinho, tenho amigos no Ninho.- Seu tio era quem desferiu os golpes. 


   Deitado no chão de mármore branco, com o rosto ferido e capelos encharcados de sangue, uma pequena poça se formava. O lorde levantou-se com dor, segurou-se na parede para se firmar de pé. Caminhou devagar até seus aposentos, abria a porta com tamanha dificuldade. O quarto estava claro com uma brisa serena vinda das janelas abertas. 
  Andou com dificuldade até sua mesa, puxando a cadeira devagar sentando-se. Soltava um suave gemido por conta da dor, pegou um papel que jazia sobre a mesa e uma pena tinteira. Escreveu uma carta para o Rochedo Casterly.

Carta para Lionel ::

Ação::