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 A Prisão de Pedra

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MensagemAssunto: A Prisão de Pedra   A Prisão de Pedra EmptySeg Dez 28, 2020 10:47 pm

Urisk

Urisk andava pelo pátio, o sol queimava sua pele, mas ele não se importava. Caminhava altivo entre os muros de pedra alta manchados de sangue da batalha do dia anterior, centenas de Nascidos do Ferro o esperavam ali ainda vestidos em suas armaduras e de armas em punho, os capitães dos navios formando uma linha em frente ao portão da fortaleza. O Greyjoy sabia que nem todas suas forças estavam reunidas ali, parte delas estava lançando no mar os corpos dos mortos na batalha como uma oferenda ao Deus Afogado. Ele dirigiu-se até o centro do pátio onde seus cativos estavam sendo mantidos ajoelhados.

Analisou friamente a cena a sua frente, eram uma dezena de guardas ainda vivos ajoelhados junto com um meistre e nobres dos mais variados nascimentos. Ao longe ele conseguia ouvir o balanço do mar e os sacerdotes do deus afogado gritando em seu nome. O ataque a Dorne havia sido um sucesso no momento em que tomou controle da ilha naquela noite e ele estava de bom humor como há muito tempo não acontecia, até sorria. Não sabia o que seus cativos pensariam de seu bom humor, mas esperava que ele o ajuda-se a convencê-los a aceitarem sua proposta.

O ataque como um todo tinha sido apenas uma distração, uma camuflagem para que o resto de Westeros não percebesse seus dois reais alvos. Dorne não tinha nada a oferecê-lo de verdade, mas os westerosis estranhariam se a Frota de Ferro simplesmente sumisse do nada, aquele ataque seria o álibi perfeito mesmo que somente metade da frota tivesse participado dele. A Frota de Ferro navegou pelo mar do verão, longe da costa para passar despercebida a custa de uma viagem mais longa, até estarem ao sul do braço quebrado de Dorne, de lá metade dirigiu-se as Ilhas do Verão lideradas por Eve Saltcliffe e o remanescente deu inicio ao ataque a Dorne. Treze navios, liberados por Aeron Drumm em seu Naufrágio, invadiram subindo o rio do sangueverde e assolando suas margens, Urisk tinha ordenado explicitamente que eles não matassem os habitantes desnecessariamente, tanto para não irritar Dorne quanto para que os “sobreviventes” carregassem consigo uma mensagem. Lançassolar iria ser saqueada e os ataques pelo sangueverde destinavam-se a retirar as tropas dornesas da capital e torna-la vulnerável.

A ameaça a Lançassolar ficaria ainda mais evidentes dias depois da notícia dos “sobreviventes” chegasse quando mais vinte navios aparecessem nas margens sudeste de Dorne, da onde poderiam seguir tanto para o sangueverde quanto para Lançassolar com igual velocidade. Urisk não sabia como Dorne tinha reagido a ameaça, mas não importava, qualquer que fosse sua escolha ali estaria de acordo com a música que o Greyjoy tocava, porque ele sabia que as poucas forças navais de Dorne não poderiam se dar ao luxo de reagir as ameaças e ainda manter barcos de vigia e reforços a postos. A maior armada de Dorne ficava no Tor e ela havia partido para lidar com os ataques no sul, deixando o caminho livre para o verdadeiro alvo de Urisk: Ghaston Grey, a ilha prisão no mar de Dorne.

O ataque a ilha tinha sido rápido e fácil, sua guarnição não passava de uma centena de soldados e estes não estavam esperando por um ataque. Urisk levara os quatorze navios restantes que ainda tinha consigo para a ilha, desembarcara escondido primeiro, usando esquifes, junto com uma pequena unidade de arqueiros. Ele as posicionou escondidas atrás de uma elevação de pedras e foi sozinho até a fortaleza prisão, uma grande torre protegido por uma muralha em uma parte peninsular e elevada da Ilha. A maioria dos guardas estava atento a um ataque de dentro, uma tentativa de fuga para os prisioneiros, e esse foi seu erro. Ele sem dificuldade escalou o amurado da muralha e entrou na fortaleza sem ser visto, ele primeiro se livrou do vigia no topo da torre com uma flecha, depois se esgueirou até o pequeno estábulo no pátio da fortaleza, com uma facada no pescoço livrou-se do mestre dos estábulos, moveu seu corpo até dentro de uma das baias e então deixou que uma vela caísse no feno. O feno pegou fogo e rapidamente as chamas se espalharam, os cavalos esperneavam-se com medo e o barulho logo atraiu um dos guardas, que Urisk matou com uma flecha logo que ele entrou no estábulo, quando os primeiros cavalos começaram a queimar o Greyjoy soltou os animais que começaram a correr desesperados e a levar as chamas por toda a Fortaleza. Não ficou mais que dois minutos dentro do estábulo e quando saiu os poucos guardas do pátio estavam sem saber o que fazer, correndo atrás dos cavalos e tentando salva-los.

Os portões da Fortaleza ficaram então protegidos por apenas um soldado, como ele queria, que foi abatido com uma facada nas costas, atravessando a linha de sua coluna e rasgando seu pulmão em dois. Urisk abriu o portão do castelo, não mais se importando em passar despercebido, os guardas já haviam percebido que algo estava errado, e correu pela escuridão da ilha. Ele já via na margem os navios que levara consigo desembarcando, chamados pela luz do incêndio, atrás de si soldados o perseguiam a pé, já que seus cavalos estavam ou mortos ou machucados demais para sustenta-los, quando os soldados acharam que iam capturar o Greyjoy as flechas voaram de detrás das pedras e os mataram. Depois disso foi uma tarefa fácil para os nascidos do ferro capturarem a Fortaleza.

Urisk olhava os cativos da batalha, uma junção dos soldados sobreviventes e os prisioneiros que os Martell haviam mandado para lá, reféns valiosos por seu nascimento e principalmente pelo que sabiam. Ele os dirigiu a palavra.

— Não se preocupem, nenhum mal será feito a vocês desde que abaixem as armas e me obedeçam. — Ele disse primeiro aos soldados e guardas. — Não se enganem, não darei uma segunda chance a ninguém, por menor que seja o desvio, então é bom largarem agora qualquer hostilidade. Ou caso não aceitem isso, me desafiem agora e suas mortes será rápida e indolor, não serei tão piedoso depois. — A maioria dos guardas apenas ficou de cabeça baixa, já estavam desarmados a tempos e o ato de submissão era tudo que podiam fazer para continuar vivos, mas alguns poucos, corajosos, fitaram o Greyjoy com o fogo do ódio em seus olhos e com suas palavras provaram seu orgulho. Esses não viveram para ver o por do sol, Urisk abriu suas gargantas ele mesmo com golpes rápidos e deixou os corpos jogados ao lado de seus antigos companheiros.

— Todos aqui fizeram sua escolha. — Ele disse e voltou a seu discurso. — Vocês que ainda estão vivos escolheram a inteligência no lugar do orgulho e eu os respeito por isso. Como disse, nenhum mal os espera enquanto não me desafiarem, na verdade acredito que muitos de vocês sintam-se favorecidos por aquilo que tenho a propor. — Ele falava principalmente para os nobres que os Martell aprisionaram lá. — Porque eu estou disposto a oferecer a vocês a liberdade que seus suseranos lhes tomou. Meu preço é algo que todos aqui possuem, eu quero seu conhecimento sobre suas famílias e sobre seus rivais, sobre cada detalhe da política dornesa que possam me revelar, respondam minha pergunta de forma satisfatória e eu os levarei comigo em meus navios quando partir daqui e, uma vez nas cidades livres, poderão ir para onde quiserem. Espero que entendam que pelas próximas semanas ainda terei de ter certo controle sobre vocês, são reféns valiosos perante os Martell, mas para aqueles que aceitarem meu acordo eu darei livre passagem pelo castelo por enquanto. Entretanto não me tratem como idiota, serão vigiados o tempo todo e terão de dormir em suas celas, e o destino dos traidores em minha mão fará a morte que entreguei aos guardas hoje parecer uma dádiva. Ah, só um detalhe, vai chegar a hora em que eu já terei tudo que necessito e então não estarei mais ofertando esse acordo, então é bom não demorarem demais.

Não demorou para sua proposta ser aceita pelo primeiro prisioneiro e depois por outros. Os primeiros a aceitar eram os piores ali e Urisk se certificou de que cada um estaria muito bem vigiado o tempo todo, mas com o decorrer dos dias mais e mais gente foi aceitando sua proposta. Ele os mandava para meistre Samwell que os interrogava e depois repassava tudo de importante para o Greyjoy. Urisk em si ocupara o quarto no topo da torre principal da fortaleza, que antes pertencia ao homem que a governava e que agora estava morto e jogado no mar, e mantinha o meistre do castelo, um velho franzino com o cabeço muito fino e branco e o rosto longo e ossudo, preso ali, apenas o permitindo sair para acompanha-lo quando era necessário. O Greyjoy controlava toda a comunicação que saia de Ghaston Grey e até agora não permitira que o ataque fosse descoberto pelo continente, ele sabia que barcos chegariam em duas semanas para trazer alimentos ao castelo e planejava toma-los e só então mandar uma carta com suas reivindicações e ameaças para Lançassolar.

Os primeiros a chegarem no castelo, uma semana após ele ser tomado, foi Aeron Drumm. Havia perdido metade de suas embarcações no meio do caminho, mas não havia sofrido muitas baixas humanas. Ele veio visita-lo no quarto na mesma noite em que chegou acompanhado pelo primo Oren Drumm, um jovem da mesma idade de Urisk, mas mais magro e alto, com o cabelo preto bastante longo e olhos cinzas e que carregava em sua cintura a espada de aço valiriano da família Drumm chamada Chuva Vermelha. Durante a reunião Urisk estava acompanhado de Robin Mullierg e Dagon, costas vermelhas, Myre, um dos capitães mais respeitados de toda a Frota de Ferro e um dos que ajudaram no ataque a Ghaston Grey.

— Boa noite, Aeron. Pelo visto tudo correu bem para você. Algo de importante a relatar? — Urisk perguntou desinteressadamente.

— Nada demais, tivemos de deixar alguns barcos para trás, mas eram embarcações pequenas e pouco importantes no geral. Saqueamos a floresta dos limões e Vila Tabueira, no processo destruindo os navios dorneses no porto da cidade. Dorne não terá recursos para nos atacar por um bom tempo.

— Não esperava menos do homem que comandava da Frota de Ferro antes de mim. —Urisk havia estudado o máximo que pode sobre a Frota de Ferro e seus comandantes desde Tyrion Greyjoy, o primeiro a receber o título durante o governo Greyjoy. Aeron havia sido o senhor capitão da frota de ferro por pouco tempo e mais por respeito a seu tio, Voren Drumm, do que por sua própria capacidade, apesar disso ele também era bastante experiente e sabia truques que o Greyjoy não, não podia ser subestimado, Urisk o agradaria por enquanto.

— Por outro lado os dorneses capturaram Uhred Harlaw e Askeladd Pyke e suas tripulações. — Urisk não deixou que a tensão ficasse visível em seu rosto, capturas eram esperadas, assim como mortes, mas não as de Uhred e Askeladd.

— Como isso foi acontecer?

—Uhred foi pego durante uma de nossas travessias por terra, ele se perdeu do grupo e acabou vagando pelo deserto. Já Askeladd eu não sei os detalhes do que houve, mas é certo que ele não estava presente no saque a Vila Tabueira, lá nós recebemos o aviso que ele havia sido capturado.

Pelos próximos dias o Greyjoy pensou em quais deveriam ser seus próximos passos. Ghaston Grey era, ou pelo menos assim ele dissera para todos seus aliados, a ferramenta para lidar com esse tipo de negociação, mas não podia agir cedo demais e perder a ilha por conta disso, ela era valiosa demais para seus planos como um todo.Nos dias seguintes os navios que haviam ido com Askeladd voltaram e ele confirmou a captura. Tenho de tornar esse dano em uma vantagem ele pensou Usarei isso de desculpa para ficar mais tempo na ilha e fortifica-la. Uma vez com Askeladd capturado Dorne pode descobrir que estamos aqui e atacar, ninguém vai estranhar eu construir defesas. E foi o que fez, ordenando que a fortaleza fosse concertada e o porto da ilha ampliado. Dias depois os navios de abastecimento chegaram e foram capturados, Urisk sacrificou aqueles que resistiram a seu domínio os prendendo de cabeça para baixo em uma das falésias da ilha e deixando que a maré alta os matasse afogados. Os que não resistiram tiveram seus mantimentos roubados, mas receberam um navio pequeno do Greyjoy para retornarem a Dorne. Ele então enviou uma carta para Lançassolar falando dos reféns que tinha em mãos e do conhecimento que eles o haviam fornecido, caso fosse atacado ele tinha inúmeras formas de lançar Dorne ao caos com o que sabia e tinha cartas preparadas para tal. Ofereceu também uma negociação para o príncipe de Dorne a ser realizada dali a alguns meses nos degraus.

Na manha do dia seguinte, quando acordou, Robin o avisou que Eve havia retornado da investida as Ilhas do Verão. Diferente de com Aeron foi Urisk quem se deslocou para encontrar com Eve em seu navio. Enquanto atravessava o pátio e o caminho entre o porto reformado e a fortaleza ele pode ver uma centena de ilhéus do verão, com suas peles escuras e roupas emplumadas, capturados e acorrentados sendo levados para os calabouços de Ghaston Grey. Estavam cabisbaixos e resolutos, sabiam o destino que teriam, e o Greyjoy teve pena por eles É necessário ele se lembrou E seu destino não será tão ruim quanto imaginam, Lys e Myr não tratam mal seus escravos como Volantis ou Meereen, apesar de tudo os ilhéus estavam quase intactos e ainda eram tratados com dignidade pelos nascidos do ferro, tanto por ordem expressa de Urisk quanto por essa já ser uma constante de sua cultura.

O Puta Sangrenta destacava-se no porto não por seu tamanho, mas por seu formado, enquanto a maioria dos dragares tinham leviatãs ou serpentes marinhas entalhadas em suas pontas o Puta Sangrenta tinha uma mulher acorrentada e nua, além disso sua madeira era mais pálida que a dos demais navios. A movimentação em torno da embarcação era alta enquanto os ilhéus eram retirados, diferente de nos outros navios os que saiam de lá estavam muito mais abalados e sem suas roupas Não podia esperar que Eve se controlasse completamente, tenho sorte de estarem todos vivos.

Urisk subiu no Puta Sangrenta, que estava quase vazio com sua tripulação ajudando a remanejar os ilhéus do verão. Os poucos que ainda estavam no navio eram os mais próximos a capitã, o que significava também os mais insanos e psicóticos, um conjunto de quase dez homens divididos em duas grupos, um em cada lado do navio, o grupo a esquerda estava reunido em um círculo em torno de um jovem nortenho de cabelos castanhos longos, um olho verde brilhante e outro faltante e vestido com os trapos de antigas roupas de Eve, Jon Murrier havia sido capturado por Eve há anos atrás enquanto ainda era um garoto, e agora era seu servo e o de sua tripulação, os homens. Do outro lado os homens jogavam um machado um para o outro bastante rápido e Urisk manteve-se atento à direção do machado.

Entrou na cabine da capitã e lá encontrou Eve recostada em uma cadeira e uma ilhéu do verão totalmente nua ajoelhada ao seu lado. Eve vestia uma proteção de armadura em seu tronco e braços e uma grande saia branca, ela sorriu quando o Greyjoy entrou e levantou uma perna a colocando sobre o braço da cadeira, subindo a saia e revelando seu sexo. Urisk olhou a ilhéu do verão, ela não tinha nenhum machucado visível e sua expressão era fria, seu rosto estava molhado, mas Urisk duvidada que fosse por causa de água do mar ou lágrimas, a olhou com pena e suspirou.

— Ótimo momento para você aparecer, ela precisa de um leite novo para provar de dentro de mim — Ela disse puxando a cabeça da mulher

— Hoje não, Eve. — Ele disse com uma voz amigável. Então ficou sério e disse. — Sabe, essa mulher pertencia a mim e você jogou fora o valor dela.

A expressão de Eve entristeceu, ela soltou a mulher e parecia preocupada. — Eu posso voltar para as ilhas de verão e pegar uma nova.

— Não será necessário, deixa que eu resolvo isso, ficarei com ela e disfarçarei tudo para que ela volte a valer o esperado, tudo bem? — Eve concordou com a cabeça e Urisk sorriu. — De qualquer forma, preparasse Eve, iremos partir em breve em direção a Lys e Myr, você conseguiu ótimos presentes, obrigado.

— Myr? Não era para Tyrosh?

— Era, mas mudei de ideia. Nesse momento Myr nos serve mais. Não vai ser fácil convencê-los de minha ideia, mas caso eu consiga será uma facada nas costas dos Hightower. — Uriks não tinha nada contra os Hightower, mas eles estavam se tornando perigosos por conta do ataque a Vilavelha, tinha de estar preparado para enfrenta-los se necessário. — Partiremos em uma semana caso a resposta de Lançassolar já tenha chegado, caso não esperarei até mais uma semana. Deixarei Dagon no controle da ilha enquanto não voltarmos das Cidades Livres.

E deixou o Puta Sangrenta levando a ilhéu do verão consigo.
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