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MensagemAssunto: Uma oferta Irrecusável   Uma oferta Irrecusável EmptySeg Jan 18, 2021 12:11 am

Maegelle

Maegelle abriu os olhos na escuridão profunda de seu quarto completamente desperta. Um silêncio avassalador abraçava a Fortaleza Vermelha nos últimos meses e apenas aumentara após sua coroação, nenhuma conversa era desperdiçada, nenhuma palavra dita insensatamente, todos atentos aos ouvidos curiosos ao seu redor. A rainha fechou os olhos sabendo que não conseguiria voltar a dormir naquele dia, longe no fosso dos dragões Galantis também estava acordado e vigilante enrolado em sua cauda, o dragão tinha uma confiança que ela invejava. Por anos ela se julgou merecedora da coroa e agora a sombra do Trono de Ferro parecia a engolir a cada dia, em seus sonhos infantis ela se via diante de seu povo saudada e amada como seu pai era, um reino em paz e cheio de festivos. Era isso que ela tinha agora, não? o reino estava em paz, Porto Real celebrava animado e ansioso com o Torneio Branco e ela tinha a coroa sobre sua cabeça, ainda assim tudo parecia a um toque para se despedaçar e o gosto amargo não saia de sua boca. "Um rei jamais deve sentar-se facilmente" Aegon havia dito e ela agora entendia, não importava seu merecimento antes de ter o trono, o que importava era como agiria agora que o possuía.

Seu marido dormia ao seu lado em paz, ela o fitou com carinho. Não o amava, sabia disso, mas queria poder tê-lo amado como ele merecia. Gaemon sorria fácil e conseguia amizades mais fácil ainda, Maegelle o mandava com comitivas pela cidade para animar o povo e os vilarejos das Terras da Coroa, ele ia voando imponente em seu dragão com a Fogo Negro na cintura e a população e as casas nobres mais baixas se ajoelhavam, faziam confidencias e clamavam pela presença do rei. Maegelle não se incomodava com isso, seu marido não tinha nenhuma vontade ou aptidão para a política, que o povo o saudasse e aplaudisse nas ruas e que ela tomasse as decisões na sala do trono. Ela sabia que Gaemon e sua mãe Vaella estavam conversando e planejando por suas costas, conversando sozinhos e conquistando casas como os Sunglass e Rosby, não sentia raiva ou medo deles por isso, pelo contrário, confiava plenamente que qualquer coisa que estivessem fazendo era inerentemente inocente e agradável para si.

Se levantou no escuro, nua, e caminhou até a porta do quarto sem se importar com se vestir. Protegendo o quarto, parada ao lado da porta, estava uma única mulher vestida em uma armadura vermelha. Era alta e forte, carregava uma grande lança em guarda e seu rosto estava escondido dentro de um capacete em forma de serpente, tinha sido um pedido de sua mãe que Jonquil Darke cuidasse pessoalmente de sua proteção assim como a protegera por décadas antes. Jonquil não reagiu a presença da rainha nem a sua nudez, continuou séria e impassiva.

— Boa noite, vossa alteza. — Jonquil disse em voz baixa para não acordar Gaemon. — Alguma necessidade na qual possa servi-la?

— Nenhuma Jonquil, obrigada. Apenas perdi o sono. — A rainha respondeu educadamente e encostou-se na parede fria ao lado da porta. — Jonquil, me responda com sinceridade, o que pensa de meus atos como rainha?

Jonquil era famosa por ser direta e franca, sem rodeios e sem amenizar suas opiniões, dizia o que queria e fazia o que achava o correto, muitos desgostavam dela por isso, mas Maegelle via essa honestidade como um sinal de confiança e uma fonte de boas reflexões.

— Não é meu trabalho julga-la, e sim protege-la. — Jonquil respondeu friamente.

— Também é seu trabalho me obedecer e eu te ordeno que responda minha pergunta. — Maegelle não queria que as palavras soassem tão autoritárias quanto soaram.

— Nesse caso, acredito que simplesmente esteja passiva demais. Seu pai não esperou que o povo o amasse e os lordes gostassem dele para agir, ele agiu e fez com que mesmo os inimigos mais críticos desistissem de critica-lo. Faça suas peças se moverem logo e não tenha medo de comer as que seus inimigos estão te oferecendo, do contrário estará apenas deixando que eles sigam seus planos.

Maegelle refletiu sobre as palavras até voltar a sentir-se cansada e retornar para a cama. Quando acordou o sol já estava alto e Gaemon não estava no quarto. Convocou suas aias e elas a vestiram rapidamente. Seus pensamentos inevitavelmente voltaram para a conversa na madrugada com Jonquil, ela sabia que a guerreira estava se referindo a seu tio Viserys, a peça sacrificada por Valerion, mas haviam se passado meses do assassinato de Jaehaerys e ela sabia que ir para cima do tio seria reviver a discussão dessa misteriosa morte, precisava ter todas as provas em mãos antes de atacar se não quisesse ser derrotada nesse momento e para isso o melhor era manter Viserys perto onde ele teria de continuar agindo como se fosse leal, se o afugentasse ele apenas se reuniria com Valerion e estaria mais livre para fazer suas maquinações. Seu tio já havia entendido sua ideia e se aproveitava para tentar confundi-la com conselhos falsos nas discussões do pequeno conselho, ela não o deixava ficar sabendo das reais discussões que tinha com seus apoiadores, mas naquele falso pequeno conselho ela revidava com migalhas de informação para confundi-lo, aquele era um jogo perigoso e difícil de se jogar, mas Maegelle aprendera com o melhor e não planejava perder.

Talvez tenha sido por isso que estava tão relutante em demonstrar abertamente sua vontade de aproximar-se da casa Tully, essa era uma das informações valiosas que não queria que Viserys pudesse virar contra ela, porém não seria mais assim.

A rainha foi até os aposentos de sua mãe e a encontrou lá sozinha, como cada dia parecia mais comum de acontecer. Maegelle sentiu-se culpada por estar deixando a mãe tão solitária desde a coroação, isso não foi o suficiente para para-la.

— Como vão indo as negociações com os Darklyn? — A rainha perguntou sem rodeios e Vaella espantou-se — Eu sei que você e Gaemon vem conversando com eles secretamente.

— Minha filha, nós nunca agiriamos contra você. Eu nunca iria contra meu sangue, minha prole. — Vaella estava chocada.

— Eu sei, mãe. — Maegelle respondeu sorrindo e abrandando sua expressão — Não quero acusa-la de nada, na verdade acho que me fez um grande favor. Acha que consegue convencer lorde Darklyn a fazer uma proposta de casamento da lady Meredith Darklyn para Edmure Tully? Os Darklyn são uma família de grande poder econômico e tradição e Meredith é uma donzela adorável, Edmure precisa de herdeiros e com o apoio da coroa duvido que uma opção melhor que Meredith apareça.

— Não seria melhor buscar uma aliança mais próxima para garantir a mudança de lado dos Tully? Eles são o centro de nossos esforços.

— Seria o ideal, mas eu ainda não tive filhos e nem posso confiar que vá ter uma garota em tempo hábil, além de que nenhum lorde gosta de ser prometido a uma bebe de peito. Eu confio que você consiga convencer os Darklyn, uma vez se essa oferta for aceita teremos meio caminho andando para ganhar a amizade das trutas. Além disso, quero que mande outra proposta junto para tornar irrecusável nossa oferta.

— O que está planejando, minha filha?

— Caso lorde Edmure aceite a demonstração de amizade da coroa e se case com Meredith Darklyn, eu lhe entregarei o cargo de Mestre das Leis.
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